Como a própria palavra sugere, considera-se que sobrenatural é um fenômeno qualquer que não tenha uma causa natural.

Embora o conceito seja muito antigo e tenham ocorrido inúmeros relatos de fenômenos sobrenaturais ao longo da história, até hoje jamais foi cientificamente demonstrada qualquer ocorrência, tendo sido sempre possível encontrar explicações naturalistas para os casos concretos.

O sobrenatural e o Espiritismo

O Maravilhoso e o Sobrenatural segundo o Espiritismo

Segundo a Revista Espírita de 1860, temos que se a crença nos Espíritos e nas suas manifestações fosse uma concepção isolada, produto de um sistema, poderia ela, com certa aparência de razão, ser considerada uma ilusão.

Podemos citar aqui o trecho que se seguem:

Digam-nos, porém, por que é ela encontrada tão vivaz em todos os povos antigos e modernos e nos livros santos de todas as religiões conhecidas? É, dizem alguns críticos, porque em todos os tempos o homem amou o maravilhoso.

  • O que é então o maravilhoso em vossa opinião?
  • O que é sobrenatural.
  • O que entendeis por sobrenatural?
  • O que é contrário às leis da Natureza.
  • Então conheceis tão bem essas leis, que vos é possível traçar limites ao poder de Deus? Ora! Então provai que a existência dos Espíritos e suas manifestações são contrárias às leis da Natureza; que isto não é nem pode ser uma dessas leis. Acompanhai a Doutrina Espírita e vede se esse encadeamento não tem todos os caracteres de uma lei admirável. O pensamento é um dos atributos do Espírito; a possibilidade de agir sobre a matéria, de impressionar os sentidos e, em consequência, de transmitir o seu pensamento resulta, se assim nos podemos exprimir, da sua constituição fisiológica. Portanto, neste fato nada há de sobrenatural, nada de maravilhoso.

O Espiritismo tende, evidentemente, a fazer reviver as crenças fundadas no maravilhoso e no sobrenatural; ora, no século positivo em que vivemos, isto me parece difícil, porque é exigir que se acredite nas superstições e nos erros populares, já condenados pela razão.

Em O Livro dos Médiuns, no capítulo II na Revista Espírita de Dezembro de 1861 temos as informações abaixo, que descrevo literalmente, para manter o rigor doutrinário.

A questão está em saber se os Espíritos se manifestam, ou não; ora, isso não pode ser tachado de superstição, antes de ficar provado que não existem espíritos.

Direis: a minha razão não aceita essas comunicações; porém, os que crêem e que não são nenhuns mentecaptos invocam também as suas razões e, além disso, os fatos; para que lado se deve pender? O grande juiz, nesta questão, é o futuro — como tem sido em todas as questões científicas e industriais classificadas como absurdas e impossíveis em sua origem.

Pretendeis julgar a priori segundo a vossa opinião; nós só o fazemos depois de, por muito tempo, ter visto e observado. Acresce que o Espiritismo esclarecido, como o é hoje, procura, ao contrário, destruir as ideias supersticiosas, mostrando o que há de real ou de falso nas crenças populares, denunciando o que nelas existe de absurdo, fruto da ignorância e dos preconceitos.

Vou mais longe e digo que é precisamente o positivismo do nosso século que faz com que adotemos o Espiritismo, e que este deve, em parte, àquele a rapidez da sua propagação, antes que, como alguns pretendem, a uma recrudescência do amor ao maravilhoso e ao sobrenatural.

O sobrenatural à da Ciência

O sobrenatural desaparece à luz do facho da Ciência, da Filosofia e da Razão, como os deuses do paganismo ante o brilho do Cristianismo. Sobrenatural é tudo o que está fora das leis da Natureza. O positivismo nada admite que escape à ação dessas leis; mas, porventura, ele as conhece a todas?

Em todos os tempos foram reputados sobrenaturais os fenômenos cuja causa não era conhecida; pois bem: o Espiritismo vem revelar uma nova lei, segundo a qual a conversação com o Espírito de um morto é um fato tão natural, como o que se dá por intermédio da eletricidade, entre dois indivíduos separados por uma distância de cem léguas; o mesmo acontece com os outros fenômenos espíritas.

O Espiritismo repudia, nos limites do que lhe pertence, todo efeito maravilhoso, isto é, fora das leis da Natureza; ele não faz milagres nem prodígios, antes explica, em virtude de uma dessas leis, certos efeitos, demonstrando, assim, a sua possibilidade. Ele amplia, igualmente, o domínio da Ciência, e é nisto que ele próprio se torna uma ciência; como, porém, a descoberta dessa nova lei traz consequências morais, o código das consequências faz dele, ao mesmo tempo, uma doutrina filosófica.

Deste último ponto de vista, ele corresponde às aspirações do homem, no que se refere ao seu futuro; e como a sua teoria do futuro repousa sobre bases positivas e racionais, ela agrada ao espírito positivo do nosso século.

É o que compreendereis, quando vos derdes ao trabalho de estudá-lo.

Sobrenatural e o Espiritismo

Vocabulário do Espiritismo

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