Em “O Evangelho segundo o Espiritismo“, no Capítulo X – Bem-aventurados os que são misericordiosos, no item “Perdoai, para que Deus vos perdoe”, parte 4, lemos:
A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacífico.
Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor denotam alma sem elevação, nem grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima dos golpes que lhe possam desferir. Uma é sempre ansiosa, de sombria suscetibilidade e cheia de fel; a outra é calma, toda mansidão e caridade.
A Misericórdia segundo Emmanuel
Para Emmanuel, cultivar a misericórdia não é alçar exclamações de piedade inativa para o Céu, lastimando os males do próximo com a boca e guardando os braços em repouso, diante do sofrimento alheio que nos convoca ao auxílio, à fraternidade e à cooperação.
Ele nos faz uma pergunta fundamental:
Quantas vezes nos fazemos autores da indisciplina e da insubmissão, da secura e da aspereza, em torno dos próprios passos, por falta de misericórdia em nossas palavras e em nossos pensamentos?
Plantemo-la em nosso caminho, trabalhando, construindo e colaborando incessantemente com o bem, na certeza de que a compaixão não é remédio para os dias cor-de-rosa e sim para os momentos de tempestade e incompreensão.
Bem-aventurados os misericordiosos
Bem-aventurados os misericordiosos que lutam e sofrem, que se agitam e trabalham na materialização do bem comum, porque todos aqueles que fazem da piedade o serviço constante do amor encontram realmente as portas abertas para o Reino de Deus.