Humberto de Campos Veras ou Irmão X

Irmão X é o pseudônimo utilizado pelo espírito do falecido escritor brasileiro Humberto de Campos (1886-1934) em diversas crônicas e livros psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier (1910-2002).

O Espírito Humberto de Campos, é um dos autores associados às psicografias do médium brasileiro Francisco Cândido Xavier, através de várias obras publicadas ao longo dos anos, entre elas Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.

Quem foi Humberto de Campos?

Humberto de Campos Veras (Miritiba, 25 de outubro de 1886 — Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 1934) foi um jornalista, político e escritor brasileiro. De origem humilde, era filho de Joaquim Gomes de Farias Veras e Ana de Campos Veras. 

Foi eleito para a cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras, assento cujo patrono é Joaquim Manuel de Macedo, da qual foi o terceiro ocupante, foi recebido em 8 de maio de 1920 por Luís Murat.

O primeiro contato com Chico Xavier

O primeiro contato de Humberto de Campos com Francisco Cândido Xavier ocorreu três meses após o desencarne do primeiro, em março de 1935 e se deu durante o sono do corpo físico do então jovem médium, quando o Espírito do escritor se destacou de uma multidão e se apresentou ao médium.

Um pouco mais tarde, em março daquele mesmo ano, foram psicografadas as primeiras páginas, tendo o primeiro texto sido intitulado de “A Palavra dos Mortos”, tendo como assunto a descrição do intenso trabalho da espiritualidade pelo progresso humano.

A polêmica com a família de Humberto de Campos

É polêmica antiga no meio jurídico o valor probatório da psicografia. O caso mais famoso indubitavelmente foi o de Humberto de Campos.

A partir de 1937, três anos após a morte de Campos, várias crônicas e romances atribuídos ao escritor começaram a ser psicografados pelo médium brasileiro Chico Xavier. Entre as obras, todas editadas pela Federação Espírita Brasileira, a de maior notoriedade entre os espíritas brasileiros foi Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.

No ano de 1944, a viúva de Humberto de Campos, em conjunto com os três filhos do casal, ingressou em juízo, movendo um processo contra a Federação Espírita Brasileira e Francisco Cândido Xavier, no sentido de obter uma declaração, por sentença, de que essa obra mediúnica “era ou não do ‘Espírito’ de Humberto de Campos”, e que em caso afirmativo, que ela obtivesse os direitos autorais da obra.

O assunto causou muita polêmica e, durante um bom tempo, ocupou espaço nos principais periódicos do País. A Autora, D. Catarina Vergolino de Campos, foi julgada carecedora da ação proposta, por sentença de 23 de agosto de 1944, do Dr. João Frederico Mourão Russell, juiz de Direito em exercício na 8º Vara Cível do antigo Distrito Federal.

Tendo ela recorrido dessa sentença, o Tribunal de Apelação do antigo DF manteve-a por seus jurídicos fundamentos, tendo sido relator o Ministro Álvaro Moutinho Ribeiro da Costa.

O irmão X entra em cena

A opção pela utilização do pseudônimo Irmão X deu-se após esse processo iniciado em 1944. Embora a decisão judicial à época tenha sido desfavorável à autora, por precaução o Espírito passou a assinar os seus textos sob este pseudônimo, evitando novos dissabores.

Posteriormente, o trabalho da defesa neste processo resultou no clássico “A Psicografia Perante os Tribunais”, do advogado Miguel Timponi.

Desse modo, os primeiros cinco livros publicados pela editora da FEB vieram a público atribuídos ao espírito de Humberto de Campos.

A partir do sexto, publicado em 1945, passaram a ser atribuídos ao espírito “Irmão X”. As décadas seguintes revelariam uma contribuição importante para a divulgação do movimento espírita no país. A obra “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” (1938) continuou a ter grande repercussão no meio espírita, a que se somaram diversas crônicas e contos com fundo moral e textos que elucidavam sobre passagens do Evangelho.

As pesquisas que comprovam a psicografia de Chico Xavier

As psicografias de Chico Xavier atribuídas á Humberto de Campos foram estudadas pelo pesquisador Alexandre Caroli Rocha em uma notória tese de Doutorado em Teoria e História Literária pela Unicamp, em que concluiu que o autor dos livros mediúnicos possuía um amplo conhecimento das obras de Campos e foi capaz de reproduzir o estilo e o caráter deste.

Um outro aspecto interessante da pesquisa é a demonstração de que algumas das informações psicografadas fazem referências a escritos de Campos que não eram de domínio público quando os textos mediúnicos foram produzidos. Como por exemplo, o “Diário Secreto” de Campos, que foi mantido inacessível em um cofre da Academia Brasileira de Letras até 1954, vinte anos após a morte do escritor.

Irmão X e o Espiritismo

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