Amémámen ou âmen (hebraico אָמֵן, grego ἀμήν, árabe آمِينَ) é um termo encontrado pela primeira vez na Bíblia hebraica e subsequentemente no Novo Testamento que indica uma afirmação ou adesão com que se concluem muitas orações nas grandes religiões monoteístas: CristianismoIslamismo e Judaísmo. Costuma-se traduzir o significado da palavra para o português como “que assim seja”.

Amém

Essa palavra não existe no Português, ela foi importada do hebraico para o Novo Testamento grego e daí para as versões em outras línguas. Ela vem de uma palavra hebraica que significa “apoiar” ou “estar firme”. A partir desta idéia inicial, ela veio a ser usada no sentido de “verdadeiro, fiel, ou certo”. Isaías fala do “Deus da verdade” ou literalmente, “o Deus do amém” (Isaías 65:16). Jesus, no Apocalipse, fala de si como “o Amém, a testemunha fiel e verdadeira” (Apocalipse 3:14). 

A história do uso do Amém

A palavra amém, no entanto, não tem tradução direta, pois não se trata propriamente de uma palavra, mas letras iniciais (alef-mem-nun) de um acrograma.

A palavra é composta por três letras em hebraico: אָמֵן. Esta sigla sintetiza a frase “Deus, Rei, Fiel”, que em hebraico se lê Adonai Melech Neeman. Ou seja AMN, que pode ser escrita em hebraico com as mesmas letras de Amém ou Ámen. Para os judeus considera-se que esta expressão possui uma força incalculável durante as suas orações, e é cobrada como parte essencial na resposta da comunidade durante o rito diário.

Que Assim Seja


O uso do Amém ou Que Assim Seja

A expressão Amém era usada comumente em duas posições na frase, no início ou no fim.

No começo de uma frase, o “amém” dá força à verdade da afirmação feita. Um exemplo está descrito em João 3:3, no dito de Jesus: “Em verdade, em verdade” ou “amém, amém, tedigo…”.

Já no fim de uma sentença, seu uso confirma o que é dito, com o significado de “será assim” ou “que seja assim”, como no escrito de Paulo, quando ele diz: “Agora ao nosso Deus e Pai seja a glória, para todo o sempre, amém. Esse uso é mais comum na prática espírita.

Na história das religiões e no seu uso comum, a maioria das pessoas, desde tempos remotos, em suas orações diárias ou não, em casa, nas igrejas nas ruas, enfim em qualquer lugar de culto, não somente no Brasil, mas também no exterior, quando terminam o ritual da oração pronunciam automaticamente a palavra “Amém”, que é ensinada como “assim seja” ou como concordância com o que foi pronunciado e que às vezes torna-se quase como um mantra.

As orientações de Allan Kardec

Kardec, na Revista Espírita, nos indica:

“Vários de nossos assinantes nos testemunharam o lamento de não terem encontrado, em nossa A Imitação do Evangelho segundo o Espiritismo (1)uma prece especial, para a manhã e a noite, para o uso habitual.

Faremos notar que as preces contidas nessa obra não constituem um formulário que, para ser completo, deveria delas conter um muito maior número. Elas fazem parte das comunicações dadas pelos Espíritos; nós as juntamos, no capítulo consagrado ao exame da prece, como juntamos, a cada um dos outros capítulos, as comunicações que poderiam a eles se relacionar.

Omitindo, de propósito, as da manhã e da noite, quisemos evitar de dar, à nossa obra, um caráter litúrgico; por isso nos limitamos às que têm uma relação direta com o Espiritismo, cada um podendo encontrar as outras nas de seu culto particular.

Todavia, para obtemperar o desejo que nos foi manifestado, damos a seguir a que nos parece melhor responder ao objetivo que se propôs. No entanto, fá-la-emos preceder de algumas observações para fazer delas compreender melhor a importância.

Em A Imitação, n. 274, fizemos ressaltar a necessidade das preces inteligíveis. Aquele que ora sem compreender o que diz se habitua a dar mais valor às palavras do que aos pensamentos; para ele são as palavras que são eficazes, mesmo quando o coração nelas não está por nada; também muitos se creem quites quando recitaram algumas palavras que os dispensam de se reformarem.

É fazer-se uma estranha ideia da Divindade crer que ela se paga com palavras antes do que com atos que atestem uma melhoria moral.

Eis, de resto, sobre este assunto, a opinião de São Paulo: ‘Se não entendo o que significam as palavras, serei bárbaro para aquele com quem eu fale, e aquele que me fale ser-me-á bárbaro. Se oro numa língua que não entendo, meu coração ora, mas minha inteligência está sem fruto.

Se não louvais a Deus senão do coração, como um homem entre aqueles que não entendem senão a sua própria língua, responderá Amém, ao fim de vossa ação de graça, uma vez que não entende o que dissestes? – Não é que a vossa ação de graça não seja boa, mas os outros não estão dela edificados.’ (São Paulo, 1a. Ep. aos Coríntios, cap. XIV, v. 11, 14, 16, 17.)

É impossível condenar de maneira mais enhancement-189939b3″ class=”textannotation”>formal e mais lógica o uso de preces ininteligíveis.

Pode-se admirar que seja tão pouco levada em conta a autoridade de São Paulo sobre esse ponto, desde que ela é tão frequentemente evocada sobre outros. Poder-se-ia dizer outro tanto da maioria dos escritores sacros considerados como as luzes da Igreja, e dos quais todos os preceitos estão longe de serem postos em prática.

Uma condição essencial da prece é, pois, segundo São Paulo, de ser inteligível, a fim de que possa falar ao nosso espírito; para isto não basta que seja dita numa língua compreendida por aquele que ora; há preces em linguagem vulgar que não dizem muito mais ao pensamento do que se estivessem em língua estrangeira, e que, por isso mesmo, não vão ao coração; as raras ideias que elas contêm, frequentemente, são abafadas sob a superabundância das palavras e do misticismo da linguagem.

A principal qualidade da prece é ser clara, simples e concisa, sem fraseologia inútil, nem luxo de epítetos que não são senão enfeites de lantejoulas; cada palavra deve ter sua importância, revelar um pensamento, movimentar uma fibra; em uma palavra, deve fazer refletir; só com esta condição a prece pode alcançar seu objetivo, de outro modo não é senão ruído. Também vedes com que ar de distração e com que volubilidade elas são ditas na maioria do tempo; veem-se os lábios que se movimentam, mas, pela expressão da fisionomia, mesmo ao som da voz, reconhece-se um ato maquinal, puramente exterior, ao qual a alma permanece indiferente.

O mais perfeito modelo de concisão com relação à prece, sem contradita, é a Oração dominical, verdadeira obra-prima de sublimidade em sua simplicidade; sob a forma mais restrita ela resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. No entanto, em razão de sua própria brevidade, o sentido profundo, encerrado nas poucas palavras das quais ele se compõem, escapa à maioria; os comentários que foram dados a esse respeito não estão sempre presentes na memória, ou mesmo são  desconhecidos da maioria; é porque dizem-na, geralmente, sem dirigir-se o pensamento sobre as aplicações de cada uma de suas partes, é dita como uma fórmula cuja eficácia é proporcional ao número de vezes que é repetida; ora, é quase sempre um dos números cabalísticos três, sete ou nove, tirados da antiga crença na virtude dos números, e em uso nas operações da magia.” (Revista Espírita de agosto de 1864.)

A oração “Que Assim Seja” por Kardec

Praza a vós, Senhor, que nossos desejos se cumpram! Mas nós nos inclinamos diante de vossa sabedoria infinita. Sobre todas as coisas que não nos é dado compreender, seja feito segundo vossa santa vontade, e não segundo a nossa, porque não quereis senão nosso bem, e sabeis melhor do que nós o que nos é útil. Nós vos dirigimos esta prece, ó meu Deus! por nós mesmos, e por todas as almas sofredoras, encarnadas e desencarnadas, por nossos amigos e nossos inimigos, por todos aqueles que reclamam a nossa assistência. Pedimos sobre todos a vossa misericórdia e a vossa bênção.”

Que assim seja e o Espiritismo

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